sábado, 2 de janeiro de 2021







Orador debaixo de mau tempo


"Por Deus, não sei o que fazer.
Elas são tão legais de se ter por perto.
Elas têm um jeito de tocar
as bolas e olhar para o pau
muito seriamente
virando-o,
puxando-o,
examinando cada parte
enquanto seus longos cabelos caem
sobre a sua barriga.

Não é apenas o foder e o chupar
que alcançam o interior do homem
e o amaciam, são os extras,
está tudo nos extras.

Agora é noite e está chovendo
e não há ninguém,
estão todas em outros lugares
examinando coisas
em novos quartos,
com novos humores,
mesmo que em velhos
quartos.

Seja o que for, é noite e está chovendo,
uma chuva torrencial, 
maldita e pesada...

Muito pouco a fazer.
Já li o jornal,
paguei a conta do gás,
a conta de luz,
a conta do telefone.
Continua chovendo.

Elas amaciam um homem
e então o deixam a nadar
em seu próprio suco.

Preciso de uma vagabunda no velho estilo
batendo à porta esta noite
fechando seu guarda-chuva verde,
gotas de chuva enluarada sobre
sua bolsa, dizendo, “merda, cara,
não consegue achar uma música melhor do que
essa no seu rádio?
e aumente o aquecimento...”

É sempre quando um homem está tomado
de amor e tudo mais,
que continua chovendo
a alagadoura, encharcante chuva.

Boa para as árvores
e para a grama e para o ar...
boa para coisas que vivem sozinhas.

Eu daria qualquer coisa
pela mão de uma fêmea em mim
esta noite.
Elas amaciam um homem e
depois o deixam
escutando a chuva."




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