terça-feira, 21 de julho de 2009





Diário de Bordo

"E lá estava eu em Atlanta, bem pior do que em Nova Iorque, mais quebrado, mais louco, mais doente, mais magro; com chances iguais a uma puta de 53 anos ou uma aranha numa floresta em chamas, de qualquer forma, saí caminhando rua abaixo, era noite e fazia frio, e Deus não se importava, e as mulheres não se importavam, e o imbecil do editor não se importava. As aranhas não se importavam, não podiam cantar, não sabiam meu nome, mas o frio sabia, sim, e as ruas lambiam a minha barriga fria e vazia, as ruas sabiam e muito, e eu seguia perambulando numa camisa branca californiana velha e fazia um frio do caralho e eu bati numa porta, e era umas nove da noite, quase dois mil anos depois que Cristo desistiu."


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