sexta-feira, 12 de março de 2010




Bukowski, um cara de sorte


"As luzes se apagaram no avião. Ninguém conseguia dormir, mas todo mundo fingiu. Eu não me dei ao trabalho. Tinha um assento de janela e fiquei olhando as casas e as luzes lá embaixo. Tudo arrumadinho em belas linhas retas. Ninhos de formigas. Descemos no Internacional de Los Angeles. Ann, eu te amo. Espero que meu carro pegue, espero que a pia não esteja entupida. Estou feliz por não ter comido uma fanzoca. Estou feliz por não ser muito bom em me meter na cama com estranhas. Estou feliz por ser um idiota. Estou feliz por não saber nada. Estou feliz por não ter sido assassinado. Quando olho para minhas mãos e elas ainda estão nos meus pulsos, penso comigo mesmo: sou um cara de sorte.

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