domingo, 16 de maio de 2010



Mulheres...


"Valerie bateu na porta. Escutei Bobby arrancando. Fiz ela entrar. Estava uma delícia. Preparei dois scoths com água. Nenhum de nós abriu a boca. Enxugamos os drinques, e eu preparei mais dois. Depois eu disse:
- "Vamos prum bar."
Entramos no meu carro. A Máquina Melequenta estava logo na esquina. Chegamos lá, pegamos uma mesa e pedimos bebidas. Sempre calados. Eu só ficava olhando praqueles olhos azuis malucos . A gente se sentou lado a lado, e eu dei um beijo nela. Sua boca estava fria e aberta. Beijei-a de novo e nossas pernas se comprimiram, por baixo da mesa. Escolhemos o jantar. Nós dois pedimos filés e ficamos á espera, bebendo e beijando. O garçom disse:" - Apaixonados, hein?!", e a gente riu. Quando os filés chegaram, Valérie disse:
"- Não quero comer o meu."
E eu:
" -Também não quero comer o meu."
A gente ficou mais uma hora bebendo e daí resolveu voltar pra casa. Assim que eu estacionei na frente do prédio vi uma mulher na entrada de carros. Era Lydia. Estava com um envelope na mão. Saí do carro com Valérie e Lydia nos encarou.
- Quem é essa?- perguntou Valérie
- A mulher que eu amo- disse pra ela.
- Quem é a cadela?- gritou Lydia.
Valérie virou as costas e saiu correndo pela calçada. Podia ouvir os saltos quicando o pavimento. " Vamos entrar", disse pra Lydia. Ela veio atrás de mim.
- Vim aqui pra te entregar essa carta e parece que cheguei na hora certa. Quem era ela?
- A mulher do Bobby , somos apenas amigos.
- Você ia comer ela, não ia?
- Olhe aqui, baby... De repente ela me deu um empurrão. Eu estava de costas pra mesinha do café que ficava na frente do sofá. Caí sobre a mesa e me afundei no espaço entre a mesa e o sofá. Escutei a porta bater. Me levantei ouvindo o motor do carro de Lydia dar a partida. Daí ela arrancou. Filha , duma puta, pensei. Num minuto tenho duas mulheres, no outro nenhuma."

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