quarta-feira, 12 de agosto de 2020







Aprisionado


No inverno caminhando em meu teto
meus olhos do tamanho de luzes de poste.
Tenho quatro patas como um rato
mas lavo minhas roupas íntimas
- barbeado e de ressaca e de pau duro
e sem advogado.
Tenho cara de esfregão.
Canto canções de amor e carrego aço.

Preferia morrer a chorar. 

Não suporto a matilha
não posso viver sem ela.
Inclino minha cabeça 
contra o refrigerador branco
e quero gritar como o último lamento de vida
para todo sempre mas
sou maior do que as montanhas."



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