terça-feira, 25 de agosto de 2020









Pessoas Como Flores
 

"Que cantoria prossegue nas ruas –
as pessoas parecem flores finalmente
A polícia guardou suas insígnias
o exército rasgou seus uniformes e
destroçou suas armas.
Não há mais necessidade de
cadeias ou jornais ou hospícios ou
trancas nas portas.
Uma mulher vem correndo até minha porta
ME COMA! ME AME!
ela grita.

Ela é bela como um charuto
depois de jantar um bom filé.
Eu a possuo.
Mas depois de sua partida
eu me sinto esquisito,
tranco a porta,
vou à escrivaninha e pego a pistola
da gaveta.
Ela tem seu próprio senso de
amor.


AMOR! AMOR! AMOR!
A multidão canta nas ruas.
Eu atiro pela janela,
o vidro corta meu rosto e
braços. (...)
A multidão para de cantar para
me olhar.
Estou parado na janela quebrada
o sangue em meu rosto.
“Isso”, eu grito para eles,
“é em defesa da pobreza de si mesmo
e em defesa da liberdade de não amar!”
“Deixe-o em paz”, alguém diz,
“ele está louco, viveu uma vida ruim por
tempo demais.”


Entro na cozinha,
sento-me e encho um
copo de uísque.
Resolvo que a única definição da
Verdade (que muda)
é ela ser a única coisa ou ato ou
crença que a multidão rejeita. (...)


Nada no ar a não ser nuvens.
Nada no ar a não ser chuva.
A vida de cada homem
é curta demais para encontrar sentido e
todos os livros quase um desperdício.
Sento e os ouço
a cantar.
Sento e os
ouço."








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