domingo, 11 de outubro de 2020







 Política é o mesmo que foder cu de gato


“O que se pode dizer sobre política e assuntos internacionais? A situação de Berlim, a crise cubana, os espiões e navios espiões, o Vietnã, a Coréia, as bombas-H perdidas, o tumulto nas cidades americanas, a fome na Índia, os expurgos na China Vermelha? Existem bandidos e mocinhos? Quem sempre diga a verdade, quem nunca minta? Bons e maus governos? Não, existem apenas governos ruins e outros piores ainda.

Haverá o clarão de luz e o calor rachando a gente de cima a baixo numa noite em que se estiver trepando, cagando, lendo histórias em quadrinhos ou colando selos raros em álbum. A morte instantânea já não constitui nenhuma novidade, muito menos a morte instantânea em massa. Mas aperfeiçoamos o produto; podemos contar com séculos de conhecimento, cultura e descobertas; as bibliotecas estão ai, sempre aumentando; rodeadas e apinhadas de livros; grandes quadros são vendidos por centenas de milhares de dólares; a ciência médica já faz transplantes cardíacos; não dá pra diferenciar um louco de um são aí pelas ruas, e de repente, quando se vê, as nossas vidas dependem mais uma vez, de verdadeiros idiotas. As bombas talvez nem sejam lançadas; por outro lado, talvez sejam. Uni, duni, tê, salame, minguê, um sorvete coloret..

Portanto caros leitores, se me derem licença, vou voltar pras putas, pros cavalos e pra garrafa enquanto há tempo. Se isso contribui pra gente morrer, então, pra mim, parece bem menos repugnante ser responsável pela nossa própria morte do que qualquer outra modalidade que ande por ai, disfarçada com rótulos sobre Liberdade, Democracia, Humanidade e/ou qualquer outra espécie de Papo Furado.”





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