domingo, 15 de novembro de 2020

 



Cerveja


"Não sei quantas garrafas de cerveja
consumi esperando que as coisas
melhorassem.
Não sei quanto vinho e uísque
e cerveja,
principalmente cerveja,
consumi depois
de rompimentos com mulheres –
esperando o telefone tocar,
esperando o som dos passos,
e o telefone nunca toca.

E os passos nunca chegam
e antes que seja tarde demais.
quando meu estômago já está saindo
pela boca,
elas chegam frescas como flores de primavera:
“Mas que diabos você está fazendo?
Vai levar três dias antes que você possa me comer!”

A mulher é durável.
Vive sete anos e meio a mais
que o homem, bebe muito pouca cerveja
porque sabe como ela é ruim para a
aparência.

Enquanto enlouquecemos
elas saem,
dançam e riem
com caubóis cheios de tesão.

Bem, há a cerveja,
sacos e mais sacos 
de garrafas vazias de cerveja
e quando você pega uma
as outras garrafas caem através do fundo úmido
do saco de papel
rolando
tilintando
cuspindo cobre molhado
e cerveja choca,
ou então os sacos caem às 4 horas
da manhã
produzindo um som único em sua vida.


Cerveja.             
                           
Rios e mares de cerveja,
cerveja cerveja cerveja.
O rádio toca canções de amor
enquanto o telefone permanece mudo
e as paredes seguem
paradas e estáticas
e a cerveja é tudo o que há."





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