"A raia miúda sempre toma no rabo. A história não dá noutra coisa."
terça-feira, 25 de maio de 2010
segunda-feira, 24 de maio de 2010
"Eu estava com o casaco do meu pai, já morto, e que era muito folgado pra mim. Minhas calças eram muito compridas, as barras cobriam os sapatos, o que era até bom, pois minhas meias não se combinavam, e os saltos estavam completamente gastos. Detestava barbeiros; por isso, cortava eu mesmo meu cabelo, quando não arranjava nenhuma mulher pra fazer isso por mim. Não tinha paciência pra fazer a barba, nem gostava de barbas longas; assim, a cada duas ou três semanas eu dava umas tesouradas nela. Minha vista era ruim, mas eu só usava óculos pra ler. Eu tinha dentes próprios, embora não fossem muitos. De tanto beber, minha cara e nariz ficaram vermelhos, e a luz doía nos meus olhos, o que me obrigava a enxegar através das frestas mínimas."
sábado, 22 de maio de 2010
domingo, 16 de maio de 2010
"Valerie bateu na porta. Escutei Bobby arrancando. Fiz ela entrar. Estava uma delícia. Preparei dois scoths com água. Nenhum de nós abriu a boca. Enxugamos os drinques, e eu preparei mais dois. Depois eu disse:
- "Vamos prum bar."
Entramos no meu carro. A Máquina Melequenta estava logo na esquina. Chegamos lá, pegamos uma mesa e pedimos bebidas. Sempre calados. Eu só ficava olhando praqueles olhos azuis malucos . A gente se sentou lado a lado, e eu dei um beijo nela. Sua boca estava fria e aberta. Beijei-a de novo e nossas pernas se comprimiram, por baixo da mesa. Escolhemos o jantar. Nós dois pedimos filés e ficamos á espera, bebendo e beijando. O garçom disse:" - Apaixonados, hein?!", e a gente riu. Quando os filés chegaram, Valérie disse:
"- Não quero comer o meu."
E eu:
" -Também não quero comer o meu."
A gente ficou mais uma hora bebendo e daí resolveu voltar pra casa. Assim que eu estacionei na frente do prédio vi uma mulher na entrada de carros. Era Lydia. Estava com um envelope na mão. Saí do carro com Valérie e Lydia nos encarou.
- Quem é essa?- perguntou Valérie
- A mulher que eu amo- disse pra ela.
- Quem é a cadela?- gritou Lydia.
Valérie virou as costas e saiu correndo pela calçada. Podia ouvir os saltos quicando o pavimento. " Vamos entrar", disse pra Lydia. Ela veio atrás de mim.
- Vim aqui pra te entregar essa carta e parece que cheguei na hora certa. Quem era ela?
- A mulher do Bobby , somos apenas amigos.
- Você ia comer ela, não ia?
- Olhe aqui, baby... De repente ela me deu um empurrão. Eu estava de costas pra mesinha do café que ficava na frente do sofá. Caí sobre a mesa e me afundei no espaço entre a mesa e o sofá. Escutei a porta bater. Me levantei ouvindo o motor do carro de Lydia dar a partida. Daí ela arrancou. Filha , duma puta, pensei. Num minuto tenho duas mulheres, no outro nenhuma."
- "Vamos prum bar."
Entramos no meu carro. A Máquina Melequenta estava logo na esquina. Chegamos lá, pegamos uma mesa e pedimos bebidas. Sempre calados. Eu só ficava olhando praqueles olhos azuis malucos . A gente se sentou lado a lado, e eu dei um beijo nela. Sua boca estava fria e aberta. Beijei-a de novo e nossas pernas se comprimiram, por baixo da mesa. Escolhemos o jantar. Nós dois pedimos filés e ficamos á espera, bebendo e beijando. O garçom disse:" - Apaixonados, hein?!", e a gente riu. Quando os filés chegaram, Valérie disse:
"- Não quero comer o meu."
E eu:
" -Também não quero comer o meu."
A gente ficou mais uma hora bebendo e daí resolveu voltar pra casa. Assim que eu estacionei na frente do prédio vi uma mulher na entrada de carros. Era Lydia. Estava com um envelope na mão. Saí do carro com Valérie e Lydia nos encarou.
- Quem é essa?- perguntou Valérie
- A mulher que eu amo- disse pra ela.
- Quem é a cadela?- gritou Lydia.
Valérie virou as costas e saiu correndo pela calçada. Podia ouvir os saltos quicando o pavimento. " Vamos entrar", disse pra Lydia. Ela veio atrás de mim.
- Vim aqui pra te entregar essa carta e parece que cheguei na hora certa. Quem era ela?
- A mulher do Bobby , somos apenas amigos.
- Você ia comer ela, não ia?
- Olhe aqui, baby... De repente ela me deu um empurrão. Eu estava de costas pra mesinha do café que ficava na frente do sofá. Caí sobre a mesa e me afundei no espaço entre a mesa e o sofá. Escutei a porta bater. Me levantei ouvindo o motor do carro de Lydia dar a partida. Daí ela arrancou. Filha , duma puta, pensei. Num minuto tenho duas mulheres, no outro nenhuma."
"O hipódromo tinha mudado. Há quarenta anos, havia uma certa alegria, mesmo entre os perdedores. Os bares ficavam lotados. Era um pessoal diferente, uma cidade diferente, um mundo diferente. Não havia dinheiro para jogar pra cima. Dinheiro... á merda com ele. Era o fim do mundo. Roupas velhas. Rostos retorcidos e amargurados. Era dinheiro alugado. O dinheiro a cinco dólares a hora. O dinheiro dos desempregados, dos imigrantes ilegais. O dinheiro dos batedores de carteira, dos assaltantes, o dinheiro dos deserdados. O ar era sombrio. E as filas eram longas. Faziam os pobres esperar em longas filas. E eles ficavam nelas para ver seus sonhos esmagados."

Tédio...O Futuro da Humanidade
"Não é só a velhice, mas pode ter algo a ver com isso. Acho que o grande problema é que tudo é uma performance repetida para eles. Não há novidades neles. Nem mesmo o menor dos milagres. Apenas se arrastam sobre mim. Se, um dia, eu pudesse ver uma pessoa fazendo ou dizendo algo incomum me ajudaria a seguir em frente. Mas são rançosos, bolorentos. Não há emoção. Olhos, ouvidos, pernas, vozes, mas... nada. Congelam-se dentro de si mesmos, se enganam, fingindo que estão vivos."
sábado, 8 de maio de 2010
"Quanto mais velho o escritor fica, melhor ele deve escrever, ele já viu coisas, já aguentou mais, já perdeu mais, está mais perto da morte. Esta última é a maior vantagem. A morte não significa nada. É caminhar arrastando a bunda, é quando as palavras não vêm voando da máquina, é o engano. Estar perto da morte é energizante. Tenho todas as vantagens. Posso ver e sentir coisas que são escondidas dos jovens. Passei do poder da juventude para o poder da idade."
"Lydia voltou e achou um apartamento legal no bairro de Burbank. Ela parecia mais ligada em mim agora do que antes da separação:
"- Meu marido tinha um pau enorme, e nada mais. Não tinha personalidade , não tinha pique. Só um pau enorme, e achava que era tudo o que eu precisava ter. Deus meu, o que ele era chato! Você, sim, tem um alto pique... essa corrente elétrica que nunca se interrompe."
A gente tinha acabado de trepar e estava junto na cama..."
"- Meu marido tinha um pau enorme, e nada mais. Não tinha personalidade , não tinha pique. Só um pau enorme, e achava que era tudo o que eu precisava ter. Deus meu, o que ele era chato! Você, sim, tem um alto pique... essa corrente elétrica que nunca se interrompe."
A gente tinha acabado de trepar e estava junto na cama..."
"Eu andara tomando uma montão de vitamina-E nos últimos tempos. Eu tinha idéias próprias sobre o sexo. Era um tarado e me masturbava o tempo todo. Eu transava com Lydia, depois voltava pra casa de manhã e me masturbava. A idéia de sexo como algo proibido me excitava pra além de qualquer entendimento. Sexo era um animal tentando se impor ao outro. Nas punhetas, eu sentia que gozava na cara de todas as coisas decentes. Branco esperma pingando sobre as cabeças e almas dos meus pais mortos."
"Todos os nativos usavam o mesmo corte de cabelo, as mesmas fivelas nos sapatos de saltos altos, casacos leves, ternos de uma só fileira de botões metálicos, camisas listradas, gravatas que corriam toda a escala de dourado ao verde. Até os rostos eram iguais: narizes, orelhas, bocas e expressões iguais. Lagos rasos cobertos de gelo fino."
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